quarta-feira, 21 de julho de 2010

I should've known better

Pois e, eu devia saber melhor. Devia saber que as minhas fofas me conhecem melhor do que ninguem e que certamente iriam colocar numa das missoes algo relacionado com musica ou com o meu gira-discos. A verdade e que ontem, ao virar a pagina para descobrir qual a fabulastisca missao do dia, deparo-me com este facto: a missao era precisamente o que eu havia feito no dia anterior! Escolher um disco que gostasse e desfrutar da melodia durante uns momentos.

Embora tenha jurado manter-me fiel a sequencia de eventos, vou alterar um pouco a rota desta historia. Nao vou escolher um disco, mas vou antes deixar aqui pedacos de musicas que me inspiram e que tenho a sorte de ter em formato analogico, va, chamemos-lhe assim (musicas da minha pobre mas esperancosa coleccao de discos).

Comeco com o primeiro disco que comprei em Londres, em Camden Town, num dos sabados passados a passear naquele misto de feira de velharias, onde o bizarro se torna ordinario e de tao normal que sou me costumo sentir a outsider. O primeiro disco que comprei foi entao um best of dos Doors, e o senhor Jim chegou mesmo ser o meu Back Door Man quando ainda vivia no pub.

Take me to Portugal, take me to Spain

Este pedaco da musica Spanish Caravan sempre me fascinou! Leva-me para Portugal, e imagino uma caravana cigana a passear por planicies lusitanas, e andaluzas (ou como imagino que elas sejam). Vejo sol, aquele calor ardente dos nossos veroes, que sufoca, paralisa o corpo e deixa a mente a divagar. Outros ha que melhor descrevem o que imagino ao ver esta caravana passar. Miguel Torga, por exemplo. Eu so consigo pensar em palavras soltas, andam aqui a flutuar a minha volta, so tenho de as apanhar. E assim se penso em verao em Portugal, penso em campo. Cheiro doce. Cheiro acido (?). Vida e morte. Calor. Flores. Brisa. Mais calor. Pes descalcos. Arvore. Sonolencia. O sol na pele, a aquecer, a queimar. Chamas. Silencio. Horas mortas, horas rubras (como diria Florbela Espanca).

O que nao dava para estar agora estendida num monte alentejano, uma flor azeda na boca e a tarde a escorrer lentamente pelo corpo abaixo. Onde o horizonte se funde com o ceu, literalmente, pois este calor e capaz de derreter ate os horizontes mais longuinquos, vejo uma caravana passar vagarosamente...



Carry me caravan, take me away Jim.

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